Dra. Mariana Vilela Soares Gomes | CRM -SC 21418 - RQE 12715
Betaterapia
A betaterapia é um tratamento de contato na região de cicatriz por meio de uma placa metálica radioativa (Estrôncio-90), com emissão de raios beta.
Geralmente são feitas entre 5 a 10 sessões de 30 minutos, diariamente ou em dias alternados, conforme a indicação do médico radioncologista.
A grande vantagem é possuir uma energia muito baixa, limitando a radiação apenas na camada da pele e tratando apenas o local necessário.
Principais Vantagens da Betaterapia
- tratamento ambulatorial
- tratamento de curta duração
- tratamento com poucas sessões diárias
- baixo risco de radiação fora do alvo de tratamento
- altos índices de controle da queloide (em torno de 80%)
Ação da Betaterapia na Cicatriz Hipertrófica e Quelóides:
Os quelóides e cicatrizes hipertróficas ocorrem devido à proliferação anormal do tecido de granulação, com acúmulo anormal de colágeno após alguma lesão na pele, levando a uma cicatriz elevada que pode se apresentar até com dor e coceira. A principal diferença entre as duas é que a cicatriz hipertrófica fica restrita ao limite original da ferida inicial, enquanto que o quelóide ultrapassa, formando placas e nodulações.
As taxas de recidiva de queloides chegam a 45-100% quando apenas utilizada a cirurgia, caindo para menos de 50% com a injeção de corticoides. A utilização da betaterapia após a cirurgia leva a uma redução da recidiva para taxas de 10-30%, sendo considerado um tratamento altamente efetivo. O uso pós-operatório de bandagens de silicone em conjunto com a betaterapia potencialmente reduzem ainda mais o risco de retornar essas deformidades.
Pessoas com tendência à cicatrização hipertrófica ou à formação de queloides devem, quando possível, passar por avaliação de um médico rádio oncologista antes de se submeter a um procedimento cirúrgico, para que se possa, em tempo hábil, realizar a programação do tratamento com radiação, se este for indicado.
Vídeo explicativo sobre Betaterapia:
Como é feita a aplicação de Betaterapia?
A aplicação deve ser iniciada entre 24-48h após a cirurgia, pois é o período em que inicia a proliferação das células produtoras de colágeno.
A placa de Estrôncio-90 é colocada em contato com a cicatriz, que permanece pelo tempo suficiente para liberar a dose prescrita pelo médico. O tempo diário de cada tratamento varia de acordo com o tamanho da cicatriz.
A quantidade de sessões é definida pelo radio oncologista, após a primeira consulta de avaliação. O tratamento é indolor e pode ser feito em qualquer parte do corpo.
Possíveis Efeitos Colaterais:
É um tratamento com baixo risco, sendo o principal efeito colateral é uma hipercromia (leve escurecimento) da área tratada, que tem duração em torno de 3-6meses, não necessitando de nenhum tratamento complementar.
Dra. Mariana Vilela
- Graduação pela Faculdade Estadual de Medicina de São José do Rio Preto - SP
- Residência Médica em Radioterapia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp)
- Membro da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT)
Local de atendimento
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